10 de dezembro de 2010

Jogadores do Campeonato Italiano desconvocam greve


Os jogadores da primeira divisão do Campeonato Italiano cancelaram nesta quinta-feira a greve que haviam convocado para a 16ª rodada da competição e os jogos, marcados para este final de semana, serão disputados normalmente.
A Associação Italiana de Jogadores (AIC) anunciou a decisão através de um comunicado e a atribuiu aos avanços registrados nas negociações com a Federação Italiana de Futebol (FIGC) para estipular o novo contrato coletivo.
No último dia 30, os jogadores da Série A convocaram uma greve em protesto pela renovação do contrato coletivo que, segundo os atletas, os deixa desprotegidos. A queda de braço com a Federação acontece desde setembro.
Entre os assuntos mais problemáticos da negociação do novo convênio coletivo está o ponto que estabelece a possibilidade de as direções dos clubes fazerem com que um jogador treine separado do restante do elenco.
Essa não foi a primeira ameaça de greve no futebol da Itália. No dia 10 de setembro, os jogadores já haviam se mobilizado para cancelar a quinta rodada, nos dias 25 e 26 daquele mês, mas desistiram após várias reuniões com os dirigentes.

7 de dezembro de 2010

É hoje que Cantona vai ganhar um estandarte vermelho


Por: José Milhazes, baseando-se no site do KPLO (Comunistas de São Petersburgo e da Região de Leninegrado):

A Organização Comunistas de São Petersburgo e da Região de Leninegrado decidiu condecorar Eric Cantona com um Estandarte Vermelho “pela ideia de destruir o poder absoluto do capital mundial financeiro-especulativo”.

“O camarada Cantona, depois de tomar consciência de que errou quando jogou pelo Manchester United e dançou a mando da batuta sanguinária da FIFA, passou claramente para as posições do marxismo criativo”, escreve esta organização estalinista no seu sítio na Net.

“Os membros da Comissão Ideológica do CC do PC consideram que a nova forma de luta de classes, inventada por Cantona, entrará nos anais do movimento revolucionário mundial. Dezenas de milhares de europeus e muitas centenas de habitantes da antiga URSS preparam-se para a hora “X” e atirar a sua pedra virtual”, sublinha-se no comunicado.

Os comunistas decidiram “condecorar Cantona com um estandarte vermelho pelo contributo para o processo revolucionário”.

O comunicado termina com uma célebre frase do poeta revolucionário soviético Vladimir Maiakovski: “Chegou o teu último dia, burguês!”.

2 de dezembro de 2010

Sindicato italiano de jogadores fará greve em 11 e 12 de dezembro

Texto em espanhol


Comunicado íntegro del sindicato mundial de jugadores:


FIFPro apoya plenamente la huelga que han convocado los futbolistas italianos de la Serie A. El sindicato mundial de jugadores subraya las razones que han llevado a los futbolistas italianos a emprender esta acción.


'FIFPro nunca podrá aceptar las medidas propuestas por la liga italiana de fútbol (Lega di Serie A), que contravienen los derechos básicos de los futbolistas profesionales de todo el mundo', ha manifestado Theo van Seggelen, secretario general de FIFPro.


Los futbolistas de la Serie A italiana irán a la huelga durante el fin de semana del 11 y el 12 de diciembre. El sindicato italiano de jugadores (AIC) ha decidido dar ese paso después de que la Liga rechazara negociar un nuevo convenio colectivo de trabajo.


El sindicato de jugadores había establecido la fecha límite del 30 de noviembre para alcanzar un acuerdo. Las negociaciones llevadas a cabo como último recurso entre el AIC, la Serie A y la federación italiana de fútbol (FIGC) en Roma no consiguieron llegar a un acuerdo antes de esa fecha.


‘La huelga ha sido convocada para los días 11 y 12 de diciembre’, ha explicado Leonardo Grosso, vicepresidente del AIC y presidente de FIFPro. ‘Lo lamentamos, porque había voluntad de llegar a un acuerdo. La liga continuó exigiendo negociar sobre la cuestión de los jugadores que quedan excluidos del equipo, que para nosotros era innegociable.’

El sindicato de jugadores y la Serie A han tratado de firmar un nuevo convenio colectivo de trabajo (CCT). El antiguo CCT expiró el 30 de junio, y la Liga se negó a negociar un nuevo convenio colectivo con los jugadores. El principal obstáculo ha sido la postura que mantiene la Liga, según la cual los clubes deberían tener potestad para obligar a los jugadores que no desea mantener a entrenar aparte del primer equipo, o para obligar a los jugadores a aceptar transferencias a clubes equivalentes.

El sindicato calificó esto de injusto y rechazó negociar sobre esos dos puntos. El AIC sí que aceptó la propuesta de Giancarlo Abete, presidente de la federación italiana FIGC, que sugirió no negociar esos dos puntos, sino otros seis puntos de debate, pero la Liga no estaba dispuesta a cooperar.

‘La negativa de la Liga a aceptar el planteamiento del AIC ha motivado esta acción de protesta’, ha declarado el sindicato. ‘Estábamos dispuestos a negociar seis de los ocho puntos presentados por la Liga, con la excepción de los dos puntos antes mencionados.’

‘Soy un jugador y respaldo a mis colegas’, ha manifestado Massimo Addo, defensa del Milán y antiguo portavoz del AIC, tras el anuncio de la huelga. ‘Si el AIC ha decidido ir a la huelga, ello significa que esta vez es inevitable, pues ya hemos visto que se hizo caso omiso de nuestro primer llamamiento y amenaza de huelga. Sabíamos que el principal escollo era el de los jugadores excluidos de sus equipos.’

Dos ejemplos:

Los medios de comunicación han criticado a los jugadores por plantear una huelga en unos momentos de desestabilización económica, pero el sindicato puede señalar algunos casos que respaldan su postura:

* Los jugadores del Juventus Fabio Grosso y Hasan Salihamidzic fueron excluidos del equipo al comienzo de la temporada por rechazar transferencias, pero el gran número de lesiones significó su regreso a la alineación.

* La temporada pasada, Goran Pandev fue suspendido por el Lazio por solicitar una transferencia. Un panel de arbitraje falló a su favor y fichó por el Inter sin pago de una cuantía de transferencia, caso que podría tener implicaciones para Antonio Cassano, del Sampdoria, y para Federico Marchetti, del Cagliari. Ambos jugadores han sido excluidos por razones disciplinarias, y sus respectivas audiencias de arbitraje están previstas para dentro de poco.


26 de novembro de 2010

Da "pequena forma de dizer não"

Os jornais desportivos já quase não falam dos quatro irmãos Starostin. Afinal Nikolai, o mais velho dos quatro, morreu há já década e meia, aos 96, encerrando definitivamente um ciclo de glória, perseguição e resgate que durou quase meio século. Em conjunto com Aleksandr, Andrey e Pyotr, constituíra, na década de 1930, o núcleo motor da equipa de futebol do Spartak de Moscovo. Os «irmãos Starostin» foram por esses anos terríveis – os do pior período das purgas estalinistas e das grandes fomes – os mais populares jogadores da União Soviética, responsáveis pelo futebol tecnicista, ao «estilo europeu», do Spartak de Moscovo. Os seus êxitos rapidamente incomodaram o regime, que apoiava as outras duas grandes equipas da capital, o CSKA, clube do exército, e o Dynamo, do NKVD/KGB, ambos partidários de um jogo mais atlético, mas não o Spartak. Os Starostin acabaram por ser acusados de «vedetismo» e, a dada altura, indiciados por integrarem uma pseudo-conspiração destinada a assassinar José Estaline.
A enorme popularidade de que dispunham salvou-os do pelotão de fuzilamento – a acusação foi convertida numa outra, menos grave – mas não de passarem dez anos em campos do Gulag, onde «terminaram a carreira» jogando futebol em equipas de prisioneiros. Alguns testemunhos referem que para a sua desgraça não terá contribuído pouco uma derrota humilhante um dia imposta pelo Spartak ao Dynamo, numa altura em que neste actuava um jovem de fugaz carreira desportiva de nome Lavrenti Beria, nem mais nem menos do que o futuro «comissário dos assuntos internos», o chefe da polícia politica. Nikolai e os irmãos, bem como outros responsáveis, jogadores e adeptos do Spartak envolvidos na mesma purga, apenas foram definitivamente reabilitados, alguns deles a título póstumo, na época de Kruchtchev. Toda a história, muito útil para perceber uma «pequena forma de dizer não» conservada como instrumento de resistência na era de Estaline, é-nos contada em Spartak Moscow. A History of the People’s Team in the Workers’ State, de Robert Edelman. A Cornell University Press publicou-o em 2009.

25 de novembro de 2010

Os futebolistas bascos vão jogar com a selecção para relançar a exigência da oficialização




Vai haver jogo de Natal da selecção. E muitos dar-se-ão por satisfeitos pelo facto de se retomar a celebração de uma festa que, na opinião dos protagonistas, deveria ir bastante mais além.

É precisamente o objectivo final dessa jornada, a sua essência, aquilo que separou a Federação e os futebolistas nos últimos anos. E, na verdade, continua a fazê-lo. Porque, como os jogadores explicaram ontem numa nota pública, desta vez também não se chegou a um acordo com a Federação, que acusam não só de «não ter vontade de dar passos em prol da oficialização», mas também de manter um discurso ambíguo a esse respeito, incumprindo permanentemente os compromissos assumidos.

A pesar disso, os futebolistas tomaram «a decisão de jogar, para acabar com as interpretações interessadas e para que a sociedade entenda claramente que os futebolistas bascos estão sempre dispostos a defender as nossas cores, no campo ou em qualquer outro lugar». Mas as suas intenções têm pouco a ver com o aspecto folclórico ou, mais ainda, pecuniário com que se conforma a Federação. «Só quer organizar os jogos com o objectivo de obter benefícios económicos - denunciam. Essa é a sua verdadeira preocupação a respeito da selecção. Para arredondar o orçamento anual, essa fonte de rendimentos é imprescindível à Federação Basca. E é isso que a leva a fazer o esforço de organizar o jogo, não o sonho da oficialização da nossa selecção».

Daí que, face à atitude federativa, os futebolistas façam um apelo para que as aparições da selecção não se reduzam a festivais anuais para amealhar verbas. «Tomámos a decisão de vestir a camisola do nosso país. E, unindo-nos à vontade dos aficionados bascos e da maioria da sociedade, gostaríamos que o jogo de Natal fosse um dia de reivindicação do nosso direito e não um acto teatral para cobrar dinheiro», insistem.

De facto, os jogadores querem que «este jogo represente o final de um ciclo e o princípio de uma nova era. Estamos dispostos a jogar este ano, mas, olhando para o futuro, julgamos que será necessário trabalhar também noutras áreas». E para isso solicitam a ajuda da sociedade basca. «Há muito trabalho por fazer e queremos dizer, com sinceridade, que nós, jogadores, não nos vemos capazes de fazer o caminho todo sozinhos. Por isso, com toda a humildade, queremos pedir ajuda à sociedade basca e especialmente a quem pude dar o seu contributo neste âmbito, para que entre todos construamos o caminho em direcção à oficialização».

Amaia U. LASAGABASTER


24 de novembro de 2010

Eric Cantona convoca boicote aos bancos


Estudantes e funcionários públicos em toda a Europa que se preparam para um longo inverno de protestos e manifestações acabam de receber ajuda de peso de Eric Cantona, jogador de futebol afamado e modelo arquetípico de rebelde.

Aos 44 anos, o ex-jogador recomendou corrida massiva aos bancos mundiais, em entrevista a um jornal, filmada também para ser exibida pela televisão. A entrevista virou sucesso imediato no YouTube e já desencadeou vasto movimento político (em http://www.youtube.com/watch?v=-Uop5R7E314).

Cantona começou por intervenções de ação direta dentro e fora das quatro linhas. Em 1995, foi punido com nove meses de suspensão, quanto atacou com um golpe de caratê, no Crystal Palace, um espectador que gritou slogans racistas contra um jogador, depois de ter sido expulso (no detalhe da foto ao lado). Agora, solidário ao protesto dos franceses, o já aposentado Cantona prega abordagem mais radical e mais sofisticada para forçar melhores condições de negociação.

O jornal regional Presse Océan em Nantes perguntou a Cantona sobre seu trabalho social com a Fundação Abbé Pierre, que faz campanha por moradia para os pobres e para a qual produziu um livro de fotografias no ano passado. A discussão rapidamente tomou outro rumo e o entrevistador comentou as manifestações de rua na França e em toda a Europa contra os cortes nos investimentos governamentais na melhoria da assistência aos cidadãos, na atual 'nova era de austeridade'.

Cantona, usando uma brilhante jaqueta vermelha, disse que os protestos, como estão sendo feitos, jamais trarão qualquer resultado. Cartazes e palavras de ordem já não mudam nada. Em vez disso, os manifestantes poderiam provocar verdadeira revolução social e econômica, se sacassem todo o dinheiro que todos têm depositado nos bancos.

Disse Cantona: "Não acho que alguém possa sentir-se completamente feliz, vendo a horrível miséria que nos cerca. A não ser que você viva numa redoma. Sempre há alguma coisa que qualquer um pode fazer. De qualquer modo, sair às ruas já não resolve problema algum. Há outros meios para fazer as coisas andarem melhor.

"Tampouco acredito em pegar em armas e sair matando gente, para iniciar a revolução. De fato, a coisa hoje ficou até muito mais fácil do que antes. Qual é a base sobre a qual todo o sistema foi construído? Todo o sistema está hoje construído sobre o poder dos bancos. Portanto, o sistema só pode ser modificado ou destruído se modificarmos ou detruirmos os bancos.

"Se as três milhões de pessoas que levaram seus cartazes para as manifestações de rua fossem ao banco e sacassem todo o dinheiro que têm depositado lá, os bancos entrariam em colapso. 3 milhões, 10 milhões de pessoas sacando todo o dinheiro que têm depositado em bancos é movimento civil, de que qualquer um pode participar sem medo de represálias. E começaríamos uma revolução.

"Bastaria que cada um fosse ao banco e sacasse todo o próprio dinheiro. Não é difícil. Em vez de ir para as ruas, ou de dirigir quilômetros para participar das manifestações na capital, cada um vai ao próprio banco, na cidade e no país em que estiver, e saca o próprio dinheiro. O dinheiro fica na mão do seu legítimo proprietário e os bancos desmoronam. Serviço limpo. Sem armas, sem violência, sem sangue."

E concluiu: "Nada de complicado. E, imediatamente, os bancos passariam a ouvir de outro modo os cidadãos. Sindicatos? Quem pode reivindicar alguma coisa, com medo de ser demitido? Os sindicatos precisam entender melhor o mundo."

A ideia de Cantona parece ter tocado ponto sensível em muitas cabeças e gerou resposta imediata. Mais de 40 mil visitas imediatas ao filme no YouTube e um movimento francês (StopBanque) imediatamente começou a divulgar campanha para saques massivos, coordenados, de vários bancos, todos no dia 7/12 próximo. Até agora, mais de 14 mil pessoas já se comprometeram a sacar. O movimento agora começa a ser divulgado na Grã-Bretanha.

O trio de usuários do Facebook que agora organizam a campanha em toda a Europa, já convocaram o saque geral. "Nós controlamos os bancos, não o contrário", escreveram.

O documento-manifesto do movimento, pode ser lido na página Bankrun2010.com , onde se lê:

"Nosso movimento pode ser mais bem-sucedido do que podemos imaginar. É movimento popular (...) e não atacamos nada e ninguém em particular, além do sistema criminoso, corrupto, moribundo ao qual decidimos resistir pelos meios que temos, dentro da lei."

O documento é assinado por Géraldine Feuillien, 41, cineasta belga, e Yann Sarfati, 24, francês, ator e diretor de cinema.

Sarfati e Feuillien disseram que só pensaram em divulgar o clip de Cantona, mas, de repente, viram-se no meio de um moviemtno global de cidadãos". (...) "Não somos anarquistas nem ligados a partido político ou sindicado. Apenas entendemos que é outro modo de protestar."

Sarfati acrescentou: "Entre duas gravações de anúncios para a L'Oréal, Cantona achou jeito de deixar falar seu lado revolucionário. O sujeito vive bem, mas evidentemente tem consciência social. Pareceu-me sincero."

Guardian

7 de novembro de 2010

Moradores da Favela do Metrô protestam contra demolição de casas p/ Copa de 2014

Segundo eles, as demolições não têm base legal e a Prefeitura não se dispôs a dialogar sobre as opções de remoção


Jéssica Barreiros


“As pessoas não querem ser tratadas como lixo urbano”, enunciou o orador de uma manifestação ocorrida na manhã de hoje em frente à estação ferroviária da Mangueira. Os moradores da Favela do Metrô protestaram contra a demolição de casas da comunidade iniciada há dois dias atrás. Segundo os moradores, não ocorreu um diálogo efetivo com a Prefeitura para procurar alternativas de remoção que suprissem as necessidades das mais de 670 famílias prejudicadas.

A demolição das casas foi anunciada no dia 22 de julho e faz parte do programa de preparação da região do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. Segundo Julio César Condaque, membro do Movimento Nacional Quilombo, Raça e Classe, o ato de interdição feito pela Prefeitura através da Defesa Civil não tem bases legais, já que não foram feitas as devidas justificativas para a remoção. “Estamos encaminhando ações contra esta forma ilegal da Prefeitura de agir. Mas o governo ainda não criou uma ação de remoção e isso nos impede de criar uma espécie de contra-ação”, contou.

Como alternativa de habitação, foram oferecidas aos moradores residências no bairro de Cosmos, porém, apenas 20 famílias aceitaram a proposta. Segundo eles, o local carece de infra-estrutura básica, como postos de saúde e escolas, e o morador ainda terá que pagar a casa por mais de 10 anos e arcar com despesas extras como a conta de condomínio. Além disso, a mudança resultará na perda de emprego de mais de 3000 trabalhadores. “Um morador foi para lá e voltou no mesmo dia, porque não tinha água nem luz”, contou um integrante da manifestação que não quis ser identificado. Apesar das más condições das novas residências, alguns foram persuadidos pela proposta da Prefeitura. “Todo mundo ficou com medo. Eles falaram que iriam demolir tudo, então alguns foram obrigados a aceitar. Algumas pessoas choravam enquanto eram removidas” conta a moradora Evelyn Jesus Santos.

Uma opção viável de realojamento seria o complexo residencial do programa Minha Casa, Minha vida, que está sendo construído perto da Mangueira. Entretanto, segundo os moradores, a Favela do Metrô não pode ser contemplada pelo projeto pois a secretaria de habitação declarou que se trata de uma comunidade informal, então a remoção para Cosmos seria a única alternativa viável. “O subprefeito não quis negociar um plano de urbanização, que incluiria a doação das casas que estão feitas para o Minha Casa, Minha vida. Estamos sendo tratados como cidadão de segunda categoria”, protestou Júlio Cesar.

A derrubada de casas foi considerada pelos moradores como um gesto brutal contra a comunidade. “A própria remoção já é algo violento, pela definição da ONU, porque ela precede um abandono e um levantamento do patrimônio material -a mobília- e imaterial, que é a memória que as pessoas do local, já que alguns moram aqui há 30, 40 anos”, explicou Júlio Cesar. Além disso, moradores denunciaram que as operações de remoção foram auxiliadas pelo Setor de Operações Especiais do distrito de Irajá, o que descreveram como “terror psicológico. Muita gente não foi trabalhar ontem com medo que derrubem as casas”.

Vinte residências já foram demolidas desde quarta-feira, o que causou transtornos a muitos moradores. Marlene Guimarães, que presenciou as demolições, conta que “quando começaram a demolir foi a maior confusão. Houve batidas, estrondos e poeira para todos os lados. As crianças choraram, o ambiente era de terror. O que aconteceu poderia até mesmo ter sido prejudicial para as mulheres grávidas”.

Segundo a Secretaria de Habitação, o processo de derrubada e remoção está a cargo da Subprefeitura da Zona Norte, que não teve nenhum representante encontrado para comentar o caso até o fechamento de nosso expediente.


4 de novembro de 2010

Torcidas Organizadas fundam Confederação Nacional

Tatiana Melim – CUT/SP

No dia 13 de outubro foi fundada a CONATORG – Confederação Nacional das Torcidas Organizadas – com o objetivo de unir algumas bandeiras de lutas de todas as torcidas em âmbito nacional. Fundada no auditório da CUT-DF, a Confederação firmou o apoio da Central Única dos Trabalhadores como forma de fortalecer a luta e buscar organização para as pautas em comum das torcidas organizadas.

De acordo com Vagner Freitas, secretário de finanças da CUT, a participação da Central no apoio às torcidas se dá pelo fato da CUT acreditar na importância da luta contra a criminalização dos movimentos sociais. “A torcida organizada, assim como o MST e a própria CUT, sofre um processo constante de criminalização, pois, entre outras coisas, consegue organizar a massa de torcedores para lutar pelos seus direitos”.

A relação entre a CONATORG e a CUT poderá contribuir com as futuras experiências que enfrentará a CONATORG, seja no seu processo organizativo/estrutural, seja nas bandeiras a serem defendidas em favor das torcidas organizadas em todo o país.

A criminalização que vem sofrendo as torcidas organizadas pela grande mídia conservadora e que agora se materializa nos artigos 39-A e 39-B do Estatuto do Torcedor faz com que as torcidas precisem se organizar para barrar o processo de exclusão do torcedor organizado do futebol. Eduardo Fontes, presidente dos Gaviões da Fiel e da CONATORG, explicou que a aprovação do Estatuto do Torcedor sem a alteração dos artigos 39-A e 39-B, que pune civilmente a torcida organizada pelos danos causados por algum membro, é uma tentativa de desorganizar e sufocar as lutas e reivindicações dos torcedores que optaram lutar pelo futebol e seu clube dentro de uma torcida organizada.

A importância social e cultural que cumpre as torcidas organizadas na sociedade é ignorada sistematicamente pela imprensa, o que compromete, entre outras coisas, na própria organização da torcida ao tentar articular iniciativas em benefício do torcedor e do futebol. São lutas tais como a alteração dos horários de jogos, que atendem a interesses comercias; a não extinção dos setores populares dos estádios; melhores condições de tratamento ao torcedor; a busca por uma maior transparência nas transações e negócios dos clubes; entre outras pautas que passam despercebidos, fundamentalmente, pela imprensa.

“Torcidas organizadas e movimentos sociais são parte do mesmo projeto maior de transformação social e que, portanto, precisam caminhar juntos. Por isso, a CUT Nacional se solidariza com a Confederação Nacional das Torcidas Organizadas”, finaliza Vagner Freitas, ao firmar o apoio e o compromisso da CUT na luta das organizadas.

Veja abaixo o relatório da CONATORG a respeito da assembleia de fundação da Confederação:/sistema/ck/files/CONFEDERACAO NACIONAL DAS TORCIDAS ORGANIZADAS.pdf

28 de setembro de 2010

Desconto no ingresso e gratuidade para as mulheres corais


Para o decisivo jogo do Ferrão contra o Itapipoca, que valerá vaga na próxima fase da Copa Unimed, a diretoria coral anuncia grandes atratividades para lotar a Vila Olímpica Elzir Cabral.

O valor do ingresso foi reduzido em 50% com relação ao Clássico das Cores. Agora, na inteira, o torcedor coral desembolsará apenas R$ 10,00 para o setor de arquibancadas, sendo R$ 5,00 a meia. Outra novidade é a entrada gratuita para as mulheres, valorizando a torcida feminina que cresce cada vez mais.

Para completar a série de promoções, o torcedor que pagar ingresso participará do sorteios de eletrodomésticos durante o intervalo da partida.

Ferroviário x Itapipoca acontece nesta quarta-feira, 29/09, às 20:10h, no estádio Elzir Cabral, na Barra do Ceará A arbitragem será de Marcelo Rottoli, com assistências de Pereira Neto e Rogério Ramos. Rafael Silva estará na reserva.

Fonte: ferrão.com.br



19 de setembro de 2010

Deu na New Yorker: ódio do futebol encobre desprezo por hispânicos

Os americanos odeiam futebol? Não o futebol regular, naturalmente. Não o futebol da primeira das dez jardas, da jogada longa, dos acertos tardios e dos times especiais, das cheerleaders pneumáticas em roupas curtas, das concussões cerebrais em série — o jogo que todos os americanos amam, com exceção de alguns cabeçudos. Não aquele. O outro. Aquele cujo princípio básico do jogo é chutar uma bola com o pé. Aquele que o resto do mundo chama de “futebol”, exceto quando é chamado (por exemplo) futbal, futball, fútbol, futebol, fotball, fótbolti, fussball ou (como na Finlândia) jalkapallo, que traduz literalmente como “futebol”. Aquele.

A questão é colocada agora — como surge periodicamente por oito décadas — por conta da Copa do Mundo, o torneio global quadrienal do esporte que aqui é chamado de soccer. “Soccer”, por sinal, não é um neologismo ianque mas uma palavra de impecável origem britânica. Deve-se a sua invenção a um esporte rival, o rugby, cujos proponentes estavam lutando uma batalha perdida pela marca “futebol” mais ou menos na época em que estávamos preocupados com uma guerra mais sanguinária, a Guerra Civil. O apelido do rugby era (e é) rugger e seus jogadores são chamados ruggers — uma coisa da classe alta, que usa “champers” para champagne. “Soccer” é o equivalente de ruggers no palavreado de Oxford. O “soc” é diminutivo de “assoc”, para “futebol de associação”, as regras que foram codificadas em 1863 pela toda poderosa Football Association, a FA — a FA sendo no Reino Unido o que a NFL, NBA e MLB são nos Estados Unidos. Mas onde estávamos? Ah, sim. Os americanos odeiam futebol? Soccer, quero dizer?
Aqui está uma resposta plausível: nós não odiamos.

Os que não odeiam somam cerca de 20 milhões que ficaram dentro de casa em um sábado de clima agradável para ver Gana se juntar à Inglaterra, Eslovênia e Argélia na lista de países que este ano foram derrotados ou empataram com os Estados Unidos na Copa do Mundo. Ficamos decepcionados — Gana venceu por 2 a 1 e mandou nosso time para casa desde a África do Sul. Ainda assim, 19,4 milhões, o número registrado pela audiência do Nielsen, é um monte de gente. Não foi apenas o recorde de pessoas que viram um jogo de futebol nos Estados Unidos. É mais gente, na média, que aqueles que viram a World Series [Nota do Viomundo, que torce para os Yankees, de Nova York: final do "campeonato mundial" de beisebol dos Estados Unidos, disputada entre dois times americanos] do ano passado, transmitidas em horário nobre. É alguns milhões a mais que os que viram o Kentucky Derby [principal prova de turfe] ou a final do Masters de golfe ou a Daytona 500, a jóia da coroa da NASCAR [categoria mais popular de automobilismo nos Estados Unidos].

E nós não apenas assistimos. Nós praticamos. É estimado que haja cinco milhões de adultos americanos praticando soccer nos Estados Unidos de forma regular. As crianças são doidas por futebol, especialmente as mais novas. Mais crianças americanas praticam futebol, informalmente ou em ligas organizadas, que qualquer outro esporte coletivo. O soccer pode ser importado, assim como toda nossa população não nativa, mas está a caminho de se tornar algo tão americano quanto a pizza, o taco e as batatas fritas [french fries]. (E a maternidade: apesar da Sarah Palin, as “soccer moms” — um termo introduzido no mundo político em 1996, por um consultor republicano — representam um traço demográfico chave).

[Nota do Viomundo: "Soccer moms" são as mães que levam os filhos para jogar futebol em ligas locais nos fins-de-semana, ou que vão levar e buscar os filhos e filhas nos treinamentos de futebol que acontecem nas escolas. Elas ficam incentivando as crianças ao lado do campo e trocam figurinhas sobre os assuntos essenciais do subúrbio americano, inclusive sobre política. Subúrbio nos Estados Unidos não é pejorativo, são os condomínios abertos de classe média]

Naturalmente, o soccer tem enfrentado desafios nos Estados Unidos, a maioria deles devido a ser uma novidade na arena do comércio americano. O entusiasmo das crianças é ótimo, mas se fosse suficiente a Nike inventaria uma divisão dedicada à queimada. Comparado com seus rivais já estabelecidos, o soccer é ruim para a exploração televisual. O caráter contínuo do jogo, de ação quase ininterrupta, nega os intervalos necessários para promover cerveja e para permitir que se vá à geladeira apanhar uma. O expediente de vender espaço no corpo dos jogadores — encher os uniformes com logos corporativos do pescoço ao umbigo — é bem menos que satisfatório. Além disso, o campo de futebol é bem maior que o grid do futebol americano ou o diamante do beisebol e a coreografia do jogo exige ângulos abertos de câmera. Na TV, os jogadores aparecem minúsculos — um problema para aqueles que não estão equipados com as telas enormes de TV.

Os americanos odeiam o soccer? Bem, alguns de nós desgostamos moderadamente — não do jogo em si, mas do que acabou representando. Mas nesta primavera os ataques anti-futebol da direita deram um salto equivalente à venda das TVs gigantes. Em 1986, Jack Kemp, o ex-quarterback do Buffalo Bills que se tornou deputado republicano, foi à tribuna do Congresso para se opor a uma resolução que apoiava a tentativa dos Estados Unidos (que acabou bem sucedida) de sediar a Copa do Mundo de 1994. Nosso futebol, ele declarou, incorpora o “capitalismo democrático”; o futebol “deles” é “socialismo europeu”. Kemp, no entanto, estava brincando.

Hoje os conservadores que atacam o futebol não parecem estar de brincadeira. As reclamações deles são variações do tema “não americano”. “Eu odeio o soccer talvez porque o mundo goste tanto dele”, Glenn Beck, a estrela da Fox News, proclamou. (Também, “as políticas de Barack Obama são uma Copa do Mundo”). O que realmente incomoda “os bobos críticos da esquerda”, editorializou o Washington Times, é que “os esportes mais populares nos Estados Unidos — futebol, beisebol e basquete — tiveram origem aqui na Terra dos Livres”. No site do American Enterprise Institute o colunista do Washington Post Marc Thiessen, autor de discursos de George W. Bush, escreveu que o “soccer é um esporte socialista”. Também, que é “um esporte coletivista”. Também, “talvez em tempos de Barack Obama o soccer vai finalmente pegar nos Estados Unidos. Mas suspeito que socializar o gosto dos americanos em relação a esportes é uma tarefa mais difícil que socializar nosso sistema de saúde”.

E, então, há G. Gordon Liddy. Soccer, ele disse aos ouvintes de seu programa de rádio, “vem da América Latina e primeiro temos de lidar com este termo, hispânicos. Isso indicaria o idioma espanhol e, sim, essas pessoas na América Latina falam espanhol. Isso é porque os conquistadores que vieram da Espanha — como você sabe entre eles não estava um grande número de caucasianos — conquistaram os indígenas, conquistaram os indígenas e os indígenas adotaram o idioma de seus conquistadores. Mas o que chamamos de hispânicos na verdade são indígenas sul americanos. E este jogo, penso eu, se originou com os indígenas sul americanos e em vez da bola eles usavam uma cabeça, a cabeça decapitada de um guerreiro inimigo”.
O convidado de Liddy, um “crítico de mídia” conservador chamado Dan Gainor, respondeu cautelosamente (“o soccer é um jogo tão básico que provavelmente você pode seguir várias pistas sobre suas origens”), mas ao mesmo tempo afirmou que “toda a questão hispânica” está entre as razões que fazem “a esquerda” promover o jogo “em escolas do país”.

Nós odiamos o soccer? Isso depende de quem “nós” pensamos que somos. Uma das coisas que o charmoso livro “Como o soccer explica o mundo”, de Franklin Foer, explica, é como o futebol, com a globalização e seus efeitos unificadores, nos dá oportunidade para a expressão de ideias nacionalistas, não necessariamente anti-liberais, e para a expressão do tribalismo, que quase sempre é anti-liberal. A soccerfobia da direita americana é tribalismo mascarado de nacionalismo. Um de cada quatro telespectadores daqueles vinte milhões que viram o jogo Estados Unidos vs. Gana estava assistindo a Univision, a principal rede de televisão hispânica dos Estados Unidos. Os outros três eram — bem, quem sabe… Liberais provavelmente, ou algo pior [Nota do Viomundo: A palavra "liberal", nos Estados Unidos, é usada em contraposição a "conservador"]. Deu. Cartão amarelo ou vermelho. Talvez o soccer nunca se torne o jogo americano (embora já seja um deles), mas os Estados Unidos são jogo para o soccer. Somos a Terra dos Livres, não? Podemos ser a terra do chute livre, também?

Escrito por Hendrik Hertzberg,
na coluna The Talk of the Town,
New Yorker, 12 a 19 de julho de 2010

23 de agosto de 2010

Da Copa ao 'Comando Africano' do USA

Hugo R. C. Souza

O esmero dos velhos e novos demagogos em prol do embuste da "Copa do Mundo social" é gigantesco. Na África do Sul ainda segregacionista, ainda injusta, e ainda governada por lacaios das potências e, portanto, ainda semicolônia, o corrupto Jacob Zuma, gerente sul-africano, e o corrupto Josef Blatter, chefe da todo-poderosa e bilionária Federação Internacional de Futebol (Fifa), juntaram-se no show de abertura da Copa para insistir na ladainha de que começava ali uma festa do povo. Mais agigantado ainda, entretanto, é o ânimo das massas sul-africanas oprimidas para desmascarar a burguesia festeira de riso fácil.

À farsa dos "centros sociais" erguidos pela transnacional escravocrata de materiais esportivos Nike no bairro popular do Soweto, ao embuste da campanha "1 Goal", com a qual a Fifa tenta emplacar a cobrança genérica e inócua por educação para todas as crianças africanas como contraponto ao alto faturamento dos ricos na Copa, à falácia dos "benefícios sociais" que a Copa, dizem, trará para os povos da África em geral e para o povo sul-africano em particular, a tudo isso, as massas trabalhadoras respondem com mobilizações e retumbantes protestos contra as políticas de degradação das condições de vida e de exploração extremada da mão de obra local avalizadas pela gerência Zuma, e das quais tiram proveito os organizadores do evento, seus patrocinadores oficiais e as empreiteiras contratadas para erguer os estádios e fazer outras obras no país sede do campeonato mundial de futebol profissional.

Exemplo disso foi a manifestação de cerca de 400 operários realizada logo após a partida da Copa entre Alemanha e Austrália, na cidade de Durban no dia 13 de junho, em frente ao estádio Moses Mabhidas. A revolta dos trabalhadores explodiu porque, enquanto transnacionais como Visa, Adidas, Sony e Coca-Cola colocavam seus painéis publicitários no estádio, os operários que ergueram a arena esportiva tiveram seus pagamentos cortados em mais de um terço, de 250 rands por dia, o equivalente a míseros US$ 33, para ainda mais míseros 190 rands.

Os 'embaixadores' do Africom

Enquanto transcorre a lucrativa festa futebolística promovida pela Fifa, por uma dúzia de transnacionais e pelo governo oportunista da África do Sul, acirra-se a corrida imperialista em todo o continente africano, seja por meio dos chamados investimentos estrangeiros diretos, terreno onde a China revisionista vem ganhando espaço com uma massiva compra de terras junto às classes dominantes locais, seja pelo caminho da "ajuda humanitária", corolário politicamente correto que visa amenizar a truculência dos esforços pela partilha do mundo, ou ainda pela via clássica e cara mais evidente da ferocidade imperialista: o aumento da presença militar.

É neste cenário que o USA vem reforçando seus esforços de dominação na África por meio do seu chamado "Comando Norte-Americano para a África", o Africom. Trata-se de um destacamento do exército ianque alocado no continente africano para garantir os interesses dos monopólios do USA naquela tão castigada região do mundo, cujos povos vêm há séculos sendo penalizados pelos processos de colonização e recolonização por parte das potências. Os chefes militares do Africom chegam a ser chamados de "embaixadores".

No último dia 13 de junho, por exemplo, dia seguinte à abertura da Copa do Mundo, o chefe adjunto do Africom, o "embaixador" Tony Holmes, chegou a Cabo Verde, na costa oeste da África, a fim de "reforçar a cooperação" entre o USA e o arquipélago cabo-verdiano, onde já existe um Centro de Operações de Segurança Marítima (COSMAR) financiado pela Casa Branca.
Criado em outubro de 2007, o Africom se encontra sediado em Stuttgart, na Alemanha (país onde há o maior número de bases militares ianques fora do USA), contando com um efetivo de 1.300 funcionários civis e militares, mas seus comandantes estão procurando o melhor lugar para instalar um grande destacamento em solo africano, e os governos da Libéria e do Marrocos já se oferecem para receber as tropas do famigerado comando.

Fonte: A Nova Democracia

20 de agosto de 2010

Diversidade dá espaço a ações políticas

3ª edição da Semana da Diversidade, realizada em agosto, será caracterizada pela maior politização de suas atividades

Neste ano, a Semana da Diversidade, que passa a fazer parte do calendário de comemorações do aniversário de Bauru, decidiu adotar um mote mais abrangente para despertar a consciência de toda a população de Bauru. Utilizando seu potencial de mobilização, que reuniu mais de 15 mil pessoas sob chuva na avenida Nações Unidas em 2009, a Associação Bauru pela Diversidade (ABD) vai abordar a temática da violência nas ações de 2010.

Desta vez, os organizadores do evento, Rick Ferreira, Marcos Souza e João Winck, todos da ABD, decidiram utilizar esse poder de mobilização para abrir uma discussão acerca de um fator que tem forte influência sobre a sociedade como um todo: a violência.

Portanto, a 3ª Semana da Diversidade de Bauru terá como tema principal o slogan “Eu amo a vida: diga não à violência”, sendo comemorada entre os dias 23 e 29 de agosto. Mas esta iniciativa será utilizada apenas como o catalisador das ações que devem nascer em consequência da movimentação criada durante a semana, destaca João Winck, conselheiro da ABD, durante divulgação do projeto realizada ontem no Café com Política do JC.

“A Semana da Diversidade vai servir como um catalisador para as ações contra a violência. Pretendemos que este período funcione como a abertura da discussão deste importante tema perante a sociedade. Depois do lançamento deste projeto, esperamos que os trabalhos relativos à busca por soluções para os problemas gerados e geradores da violência se intensifiquem”, define Winck.

Agenda

Contando com o apoio da Prefeitura Municipal de Bauru e suas secretarias de Bem-Estar Social (Sebes), Meio Ambiente (Semma), Cultura, Esportes, Educação, Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Saúde, a associação tem como pauta principal de sua iniciativa a criação de uma agenda unificada entre as instituições.

Esta agenda unificada representa a esquematização de um planejamento coletivo entre os poderes público, privado e representações da sociedade civil, realizando a união de objetivos sociais e esforços institucionais para a promoção de ações concentradas em uma mesma direção, o que representaria mais força para o movimento contra a violência, segundo Wink. “Com esta abordagem, os movimentos poderão adquirir mais força para adentrar espaços onde anteriormente eram barrados, além de possibilitar a realização de trabalhos contínuos que podem trazer resultados mais efetivos para toda a sociedade. A agenda unificada pode tornar as ações mais consistentes e criar a possibilidade para elas serem contínuas, atuando durante todo o ano para melhorar a sociedade”, frisa o conselheiro da ABD.

União

Os projetos criados para abordar a violência e suas diversas manifestações serão idealizados pela ABD, pelas secretarias municipais, por conselhos, associações de bairro, Organizações Não-Governamentais (ONGs) e demais instituições que representam a sociedade civil. De acordo com Wink, todos os projetos que possam trazer benefícios para a sociedade poderão ser explorados e utilizados na prática.

Um dos projetos propostos pela ABD que encontra-se em estágio avançado de instauração é o Cine Fórum. A iniciativa será promovida em parceria com a ONG Periferia Legal e vai ocorrer em cinco escolas estaduais de bairros periféricos da cidade, sendo eles o Núcleo Mary Dota, Vila São Paulo, Jardim Ferraz, Parque Santa Edwirges e Jardim Redentor.

A iniciativa conta com um planejamento para a exibição de filmes que remetam à reflexão sobre temas ligados à violência. Depois da apresentação desses filmes, as escolas se transformarão em palcos de discussões, sempre intermediadas por especialistas que terão a função de expandir as argumentações e elucidar o público sobre os problemas da violência.

Evento realizado em agosto vai pedir paz

Entre os dias 23 e 29 de agosto será realizada a 3ª Semana da Diversidade de Bauru, que tem apoio do Jornal da Cidade. Neste ano, o evento terá como tema o slogan “Eu amo a vida: diga não à violência”, que será lançado durante a cerimônia de abertura do dia 23. A programação do primeiro dia da Semana da Diversidade vai contar com a entrega dos prêmios “Eu Faço a Diferença” às cinco personalidades e cinco empresas que contribuíram com o fortalecimento e o respeito à diversidade na cidade.

Por sua vez, como já se tornou tradição, o último dia é quando será realizada a marcha cívica da 3ª Parada da Diversidade. O desfile terá início na Praça da Paz, a partir das 13h, onde todos se reunirão para passar pela avenida Nações Unidas às 15h, com destino ao Parque Vitória Régia, que será palco do Show da Diversidade.

Neste ano, o colorido do desfile que representa a diversidade dividirá espaço com o branco, que aparece para representar a indignação diante da recente onda de violência que atinge a cidade e da intolerância que permanece na sociedade.

Maiores informações:

http://paradabauru.blogspot.com/

http://www.baurupeladiversidade.org.br/

Marcos Souza (14) 9171-5739
Coordenador da ONG

Rick Ferreira (14) 9171-5738
Coordenador da ONG

João Winck (14) 9171-5750
Primeiro Conselheiro

Paulo Rafael (14) 8171-1812
Assessoria de imprensa

E-mail:

contato@baurupeladiversidade.org.br

imprensa@baurupeladiversidade.org.br

Comunidade da ABD:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=38604650

Comunidade da Parada:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=62519817

Burguesia cria polícia para reprimir torcedores da Copa de 2014

O estado de sítio que a burguesia está impondo à população não tem limites. Não bastasse todas as medidas repressivas e as inúmeras polícias criadas para reprimir os trabalhadores, o governo de São Paulo anunciou a criação de mais uma polícia para a Copa do Mundo de 2014.

O futebol é sem dúvida uma das maiores paixões dos brasileiros e é justamente por isso que a burguesia impõe uma verdadeira ditadura aos torcedores, uma vez que esse esporte como já aconteceu em outros momentos pode se transformar em um pólo aglutinador, o que amedronta a burguesia que não permite sequer que os torcedores levantem bandeiras de protesto dentro dos estádios. A perseguição e campanha contra as torcidas organizadas já chegou a tal nível que os governos burgueses chegaram inclusive a tentar proibi-las, medida que obviamente não foi posta em prática graças à pressão dos torcedores.

Para se ter idéia do clima repressivo, a burguesia já está montando toda uma operação para perseguir a população trabalhadora durante a Copa 2014 que será realizada no Brasil. O primeiro Estado a anunciar medidas repressivas foi São Paulo, ou melhor, o governo do PSDB e do DEM, que inclusive é conhecido pela truculência com que age contra os trabalhadores.

Segundo anunciou o próprio governo do PSDB, “o Estado de São Paulo criou o Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância Esportiva (Grade), que terá policiais especializados em futebol. Uma de suas missões é evitar que durante o Mundial as torcidas organizadas recebam influência de membros de grupos radicais, de forte atuação na Europa” (Folha S. Paulo, 17/8/2010). A afirmação, apesar de ser uma tentativa descarada de enganar a população, que muitas vezes cai nos argumentos morais de que de fato as torcidas são violentas, deixa evidente qual a verdadeira proposta da burguesia e seus interesses. A suposta violência entre as torcidas não é nem de longe o verdadeiro motivo da ditadura que está sendo imposta nos estádios, tão pouco é maior do que a violência do Estado. É preciso ter claro que o objetivo é apenas o de reprimir a população, tanto é assim que o próprio nome da política “Grupo de Repressão e Análise”.

A quantidade de medidas impostas pela burguesia contra a população é algo incontável. O que chama atenção é que as leis estão sendo implementadas por motivos cada vez mais banais. No caso da Copa, o governo já está impondo uma série de medidas antes mesmo de o evento acontecer. Isso sem falar nas diversas demolições que com toda certeza ocorrerão. Ou seja, urinar na rua, sair da escola mais cedo, assistir jogos de futebol, brincar carnaval etc. etc. etc., tudo isso se transformou em crimes de acordo com a visão da burguesia.

Fonte: Site do PCO

16 de agosto de 2010

Bola da Vez: Andrew Jennings

Entrevista do Bola da Vez dia 14 de Agosto de 2010
ESPN Brasil

Em entrevista ao programa Bola da Vez, ele afirmou que a reputação do brasileiro só é boa por aqui e denunciou pelo menos dois graves casos na passagem de Havelange pela Fifa.
Jennings é mais crítico ainda com Jack Warner, vice-presidente da Fifa. O jornalista chega a analisar que o mundo seria melhor sem ele.
Andrew Jennings também disse ter conhecimento da operação nos bastidores que trouxe a vitória à candidatura de Londres para ser sede da Olimpíada de 2012

Parte 1:



Assista as demais partes da entrevista:

13 de agosto de 2010

O debate dos presidenciáveis no país do futebol


Quinta feira 13 de agosto de 2010, da Vila Setembrina dos Farrapos pelas costas apunhalados por latifundiários escravagistas, Bruno Lima Rocha, cientista político

Na 5ª feira dia 05 de agosto do corrente ano o país pôde assistir ao primeiro debate entre os quatro mais destacados candidatos à Presidência da República. Como se sabe, é da “tradição” democrático-liberal brasileira que a Rede Bandeirantes inaugure a rodada de embates verbais entre os concorrentes ao Executivo da União e dos estados. Simultaneamente a exibição do embate televisivo, a Rede Globo, ainda emissora líder, transmitia um jogo de futebol de grande relevância, a partida de volta da semifinal da Copa “Santander” Libertadores, entre o São Paulo F.C. e o Internacional S.C. Alegrias futebolísticas à parte, era a crônica do desastre anunciado.

É de praxe afirmar ser o Brasil o país do futebol, haja vista o número de horas de programação dedicadas quase exclusivamente para este esporte que movimenta recursos astronômicos. No miolo do fenômeno do descolamento de preços, com a alta de salários e cotas de patrocínio, a TV ocupa a base de sustentação dessa indústria do entretenimento desportivo, pagando (e em via de regras de forma antecipada), as cotas de direitos de exibição. O senso comum também noz faz ouvir que os brasileiros não se interessam pela política em nenhum aspecto. Infelizmente, os números de medição de audiência instantânea, organizados pelo Instituto Ibope (o mais contestado em termos de pesquisas eleitorais) em domicílios da Grande São Paulo, dão a prova material dos ditados populares. Para termos uma idéia de proporção, para cada ponto contabilizado pelo Ibope temos a equivalência de 60 mil domicílios na capital paulista e sua região metropolitana. Os números indicam que o primeiro debate da corrida presidencial oscilou entre 2,5 e 5 pontos; enquanto a partida teve média de 29,5 atingindo um pico de 33,8 pontos. Nada de novo no front.

Podemos também realizar uma ilação do fracasso devido ao debate ser insosso. Plasticamente limpo e vazio de conteúdo estratégico. Isto é, ninguém debate a fundo a chave do cofre, não se aponta a única saída prevista para atender todas as demandas do povo brasileiro. Em contrapartida, a produção audiovisual é de alta qualidade. Até onde se sabe, os candidatos são assessorados por competentes profissionais. Receberam treinamento para a mídia (os gringos chamam de media training), de postura diante do vídeo (como um diretor de palco), realizaram sabatina prévia de perguntas (através de memorizações e jogos de mnemotecnia) e passam por algum preparo em oratória e dicção. Enfim, estavam tecnicamente preparados para suas performances. O problema pode estar aí. Mesmo que exista uma discórdia de conceitos e idéias-guia, não há muita desavença na forma. Para a maioria do eleitorado, distante da política por três anos e meio e convocado a decidir sobre temas complexos encarnados nas candidaturas, a relação é muito desigual.

Ao mesmo tempo, dentro das quatro linhas dos gramados, o interesse e a familiaridade são proporcionalmente inversos. No caso, nós brasileiros prestamos muita atenção e estamos familiarizados com temáticas de alguma complexidade. Desafio um oponente do futebol a provar que se trata de atividade desprovida de inteligência. Em geral, uso este exemplo em sala de aula. Uma parte considerável dos brasileiros, para além de paixões torcedoras ou ódios contra cartolas e dirigentes, entende e muito a respeito de temas complexos. Cidadãos comuns, quando familiarizados com um jargão apropriado e participando de uma cultura própria, conseguem emitir opinião a respeito de estratégia, tática, desempenho dos indivíduos, ambiente coletivo, qualidade das lideranças, investimentos em contratações oportunas ou equivocadas e assuntos do gênero. As variáveis de possibilidades e as tramas diretas e indiretas são muitas, exigindo no mínimo uma mente treinada e um olhar aplicado.

Na política poderia acontecer o mesmo, se e caso camadas mais abrangentes do povo brasileiro fizessem a prática política ao longo do ano. Acontece que o “excesso de participação” é visto como algo “perigoso”, pois aumenta o poder de grupos de pressão que não são naturalizados como sendo os únicos legítimos para isso. O fosso está justamente na agenda discreta, ou quase indecifrável. Poucos sabem que o PIB brasileiro está em torno de R$ 3,143 trilhões, dos quais cerca da metade passa pelo caixa da União. No orçamento executado em 2009, segundo dados do SIAFI, o Brasil gastou 2,8% de sua receita com Educação e “apenas” 35,57% da dívida pública (isso sem contabilizar o refinanciamento). A totalização dos gastos com os credores financeiros, segundo o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), atinge a absurdos 48% do projeto de orçamento que foi previsto para 2009. Portanto, é falsa a polêmica do aumento de despesa da máquina pública como causadora de déficit. O rombo está na forma de financiamento do Estado brasileiro, e por tabela, do conjunto das políticas que punem ou beneficiem agentes econômicos e sociais. Esses são os segredos de Estado, e é isto que deveria ser a prioridade de qualquer debate político.

Se fossem compreensíveis estes números e estivesse em jogo o modelo de sustentar a sociedade brasileira, não estaríamos lamuriando a pouca audiência de um debate de presidenciáveis. Enquanto isso não ocorrer, teremos o paradoxo brasileiro de ver a política como sazonal e o futebol como permanente. Uma “democracia” assim tende a pasmaceira ou exasperação. Quem planta colhe.

Fonte: Estrategiaeanalise.com.br

12 de agosto de 2010

Suposto empresário dá golpe e abandona atletas em Itapajé


Consequência da mercantilização do esporte... Os empresários devem ser banidos dos clubes de futebol. São parasitas que só pensam no próprio bolso...

10 de agosto de 2010

África do Sul - alguns dados do país que sediou a Copa do Mundo


O salário de um operário sul-africano equivale a aproximadamente R$ 350,00.

Segundo relatórios da ONU, a África do Sul é um dos dez países com maior desigualdade de renda no mundo.

79,8% da população sul-africana é composta de negros, 9,1% de brancos, 8,9% de mestiços e 2,1% de hindus e asiáticos.

44% da população desse país vive na zona rural.

Mas 5,7 milhões de pessoas (mais de 10% da população) estão infectadas pelo vírus HIV (Aids). A cada ano são 500 mil novos casos, 20% deles entre crianças. Estudos contabilizam uma média de mil mortes por dia em decorrência da doença.

27% da população está desempregada. 65% dos desempregados tem menos de 35 anos de idade.

Na África do Sul ocorrem em média 28 mil assassinatos ao ano, número quase absoluto entre as populações mais empobrecidas.

Dados do Banco Mundial apontam que 34% dos sul-africanos vivem com menos de dois dólares por dia (menos de R$ 4,00).

Apenas 5% dos negros sul-africanos conseguem chegar à universidade.

Para a organização da copa do mundo de futebol, no país, foram desembolsado aproximadamente R$ 4,5 bilhões.

Retirado do jornal A Nova Democracia.
Para ler o artigo completo acesse: http://www.anovademocracia.com.br/no-67/2878-africa-do-sul-enquanto-a-copa-cega-e-ensurdece-o-mundo

Sócrates, revolucionário da bola, afirma: "Sou e morrerei socialista!"

Sócrates (ao centro) em ato pelas Diretas-Já!, em 1984


Aos dezessete anos de idade Sócrates vivia um dilema: continuar a jogar futebol nas categorias de base do Botafogo de Ribeirão Preto, então time da primeira divisão do futebol paulista, ou dedicar-se exclusivamente a recém iniciada faculdade de medicina.

Com dificuldade conciliou as duas atividades nos primeiros anos de estudo. Quando se tornou profissional passou a receber convites de diversos clubes grandes, mas afirmou só sair do Botafogo depois de formado. Assim, chegou ao Corinthians e ficou c
onhecido como Doutor Sócrates.

Um dos líderes da democracia corinthiana e jogador da seleção brasileira nas copas de 82 e 86, Sócrates é considerado um dos grandes jogadores da história do Brasil.

Homem de respostas curtas e claras, consciência política e posições fortes, o Doutor conversou com o Unificados sobre a democracia corinthiana, socialismo, e claro, a seleção do Dunga.

ENTREVISTA
“Devemos lutar por democracia em qualquer estrutura social”


Unificados: Você sempre fugiu do padrão comum do jogador de futebol, tem consciência política, foi um dos lideres da democracia corinthiana, como isso surgiu?

Sócrates: Sei lá. O diferente não sou eu. O problema é o sistema educacional brasileiro que não dá oportunidade a todos, muito menos aos jogadores de futebol.

Unificados: Você ainda se considera socialista? Como vê o socialismo hoje?

Sócrates: Sou e morrerei assim. O socialismo idealizado não tem hoje nem nunca, só sempre.

Unificados: Acha que um movimento semelhante à democracia corinthiana poderia acontecer em algum clube atualmente?

Sócrates: Eu acho que sim. E também acredito que devemos lutar por democracia em qualquer estrutura social, inclusive no futebol. Particularmente, sempre achei um absurdo viver em um regime de casta, isso vem da origem do meu pai.

Ele nasceu pobre, fodido e não tinha o que comer. Então esse sentimento sempre foi muito claro para mim, por que casta? Por que as pessoas são tratadas de forma diferente? Esse sentimento nasceu comigo e você vai elaborando com o tempo.
Mas isso é uma coisa interiorizada, tentar lutar contra isso depende das oportunidades que você tem na vida. E aconteceu no Corinthians em uma época de crise e só existe revolução em crise. Ou então em guerra.


Unificados: A democracia corinthiana teve algum efeito no comportamento dos jogadores dentro de campo? E como foi a recepção dos jogadores e dirigentes de outros times?
Sócrates: Quem se sente tratado como deve sempre reage positivamente. Foi isso que aconteceu. Todos nós reagimos positivamente, e a reação dos demais pouco importa.

Ali aconteceu uma revolução porque as pessoas queriam fazer revolução, estavam juntas em um momento propício para isso. Se fosse em outro momento talvez não acontecesse nada.

Unificados: Como o movimento acabou? Isso teve a ver com sua ida para a Itália?

Sócrates: Um movimento revolucionário só ocorre na sociedade que o quer. Quando inventamos ou estamos em outra sociedade, esta caminha de acordo com a maioria dos seus integrantes e interesses.

Eu saí, o Casão (Walter Casagrande, hoje comentarista na Globo) saiu, mais gente saiu e contrataram outros 10 caras, com outra cabeça. O momento mudou, acabou porque tinha que acabar.
Eu fui para a Itália por causa das Diretas Já. Fiquei frustrado com o resultado da votação no Congresso. Fui embora.


Unificados: Muito se falou das atitudes do Dunga nessa Copa do Mundo, o que achou do desempenho da seleção?
Sócrates: Compatível com o esperado. Os jogadores estavam quebrados. O Dunga não levou os principais talentos do Brasil, aquela seleção não era a representação do país.

Unificados: E de afirmações do Dunga, que falou que não poderia dizer se a escravidão tinha sido boa ou ruim, e nem a ditadura?

Sócrates: Um pouco de literatura não faz mal a ninguém, muito pelo contrario. Quem não lê e não quer saber como o homem se comportou em outros tempos é um absoluto alienado ou analfabeto.

Unificados: Esse ano temos eleições legislativas, como você vê o cenário político atual no Brasil?

Sócrates: O país está em evolução. Seja lá quem forem os políticos eleitos, que ninguém altere este cenário para pior. Para melhor, por favor!

Dr. Sócrates "Magrão" comemora gol pelo Corinthians


Fonte: Site do Sindicato Quimicos unificados